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(Quem cantará suas canções?) Fotos divulgação |
A primeira cena do filme – dramática
–, já dá o tom de como será a história, que começa com uma mulher tentando
reanimar outra, que, até então, tinha se afogado no mar.
Lila Cassen (Najwa Nimri) é uma talentosa cantora de Indie, porém, está sem gravar novas músicas há 10 anos, desde a morte da sua mãe. Antes do incidente no mar, sua assessora e salvadora, estava prestes a jogar as cartas na mesa sobre a difícil situação da carreira e a importância de ela voltar aos holofotes, a fim de não precisar abrir mão da sua luxuosa casa de praia e estilo de vida. Blanca (Carme Elías) é a sua fiel assessora e fará de tudo para o grande retorno.
Após o acidente em que perdeu a memória, Lila volta para sua casa desconhecida e cheia de mistérios, e tem a árdua tarefa de se redescobrir e voltar aos palcos. No entanto, isso não será uma empreitada descomplicada: ela não sabe mais cantar.
Longe da vida de riqueza e glamour,
Violeta (Eva Llorach) trabalha num bar, é cantora de karaokê e dubla as canções
de Lila, sua grande inspiração. Leva uma vida muito simples, contudo, é honesta e tem um bom caráter. Já Marta (Natalia de
Molina), a filha, é uma adolescente rebelde, preguiçosa, mercenária,
sem escrúpulos e cheia de joguinhos emocionais, e Violeta é totalmente submissa
à diabólica filha. As duas tem um relacionamento pouco amistoso e é no palco
que a mãe se liberta da vidinha que tem.
Porem, em uma noite de estafa mental,
Violeta resolve talvez se despedir da vida e sob a luz do luar começar a
adentrar ao mar, quando um convite misterioso que vai mudar sua vida é feito.
Mas, sua filha maquiavélica pode arruinar todo um sonho mágico.
Uma trama instigante, intensa e
dramática – como uma boa narrativa espanhola. Possuí alguns momentos
compassados que se transformam em ápices de roer as unhas, tudo ao som de uma
música eletrônica que eleva a narrativa ao puro suspense psicológico.
Ao longo do filme as personagens tem
que amadurecer de alguma forma e descobrir suas reais identidades. Um mix de
situações regem as quatro mulheres: expectativas, fidelidade, laços de
amizades, falsas promessas, sonhos partidos, segredos, que ao final se
transformam em um shake explosivo.
Uma composição única, que possuí uma
estética notável, refinada, moderna e clean, que o diretor Carlos Vermut nos
presenteia.
É um filme maravilhoso, porém, para
poucos. Ainda mais num mundo, onde a maioria das pessoas está acostumada com
explicações mastigadas e finais estilo Sessão da Tarde, “Quién te cantará” está
em outro patamar, deixando inúmeras reflexões e inquietude.
Por fim, a trilha sonora é primorosa. A canção final pode ser ouvida aqui: https://www.youtube.com/watch?v=xInuLQBvglA
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SpOjXpfxIFQ